Colorado do Brás presta homenagem a Carolina Maria de Jesus ” A Cinderela Negra do Canindé”

A Colorado do Brás divulgou em suas redes sociais, homenagem a Carolina Maria de Jesus que na data (14.03) estaria completando 108 anos.
A  Escola que escolheu o enredo para o Carnaval 2022, ” Carolina – A Cinderela Negra do Canindé” não poderia deixar de registrar tão importante data comemorativa e  a cita como ” a mulher guerreira, que marcou seu nome na história da literatura brasileira e inspira tantas pessoas”.
Ao longo dos próximos dias,  a Colorado do Brás  irá trazer um pouco mais da história de Carolina  para que o publico e a Comunidade se apaixone ainda mais pelo enredo. No vídeo divulgado há o depoimento emocionante de Vera Eunice, filha de Carolina Maria de Jesus.
Carnaval 2022
A Colorado do Brás será a 2ª escola a desfilar no Anhembi na noite de Sexta-feira dia 22 de abril de 2022
Enredo: “Carolina – A Cinderela Negra do Canindé”

foto divulgação

Trecho da sinopse:

Chegou o carnaval! De Colorado me enfeitei para a grande noite. Escolhi o vestido mais bonito, Rodado e Colorido, Bordado de estrelas e estórias. Nos pés, sapatos de cristal, refletindo minhas andanças; na cabeça, além do adorno tradicional, há borboletas de memórias, que fiz questão de colocar no papel. Eu sou Carolina Maria de Jesus – Nua e crua, escritora de nascença, Negra e poetiza da vida. Calei-me para o sofrimento, gritei mais alto que pude para o destino que eu escolhi. Eu sou a filha de Dona Cota, Do “Quilombo do Patrimônio”, Menina Bitita, Da pequena cidade de Sacramento; sonhadora e curiosa, chamada por muito de “perguntadeira”, que mesmo vivendo sem eira e nem beira, desde pequena, já lia de um tudo E fugindo da realidade do mundo, Ao ler “A Escrava Isaura”, Pela Literatura me encantei.
Já carpi roçado na aurora, Enxada nas mãos calejadas, de sol a sol, o ano inteiro. E, descontente com a lida, poema escrevi, “O colono e o fazendeiro.” Fui jovem avoada, não parava em serviço. Em meio aos reboliços, muito vexame passei – Valha-me São Cipriano! Caluniada, “Carolina do diabo”, até cadeia peguei. Mas nunca emudeci, forte fiquei E as feridas que em minhas pernas ardiam não foram capazes de cessar o meu caminhar, pois meu sonho era maior que a dor – Ainda tinha o mundo para conquistar foi então que, em mim, a vontade de partir Abriu-se feito o nascimento de uma libélula E, encorajada pela ação do tempo, Tomada pela forte intuição do vento, Me deixei levar. Então, em São Paulo, Na Estação da Luz cheguei. A visão pueril que eu fazia desta cidade Logo foi apagada pela dura realidade que aqui enfrentei.