Imperador do Ipiranga anuncia novo intérprete e casal de mestre-sala e porta-bandeira para 2026

foto: Joao Belli
foto: Joao Belli

Imperador do Ipiranga anuncia novo intérprete e casal de mestre-sala e porta-bandeira para 2026

A Imperador do Ipiranga iniciou oficialmente sua preparação para o Carnaval 2026 com importantes novidades em seu elenco. A escola da Vila Carioca anunciou, nesta quarta-feira (7), o nome do novo intérprete oficial e, também, o casal que irá conduzir seu pavilhão principal no próximo desfile.
Para comandar o carro de som da agremiação, foi escolhido Helber Medeiros, que assume o microfone principal no lugar de Rodrigo Atração, que deixou a escola após sete anos de atuação.

Hoje anunciamos nosso intérprete oficial para o Carnaval de 2026. Seja muito bem-vindo, Helber Medeiros. Alô, Vila Carioca!”, publicou a escola nas redes sociais.

Com uma trajetória que teve início em 1992 como ritmista mirim da Rosas de Ouro, Helber é filho do compositor Val Medeiros e atua profissionalmente como músico e cantor desde 2001. Ao longo da carreira, passou por diversas agremiações, incluindo Passo de Ouro, Lavapés, Morro da Casa Verde, Colorado do Brás, Uirapuru da Mooca, Dragões da Real, Pérola Negra e mais recentemente a X-9 Paulistana, onde esteve desde 2023.
Além do novo intérprete, a Imperador também revelou, em vídeo divulgado na terça-feira (6), a nova dupla responsável por representar o pavilhão oficial da escola. No lugar de Alex Malbec e Naiomy Pires, entram Matheus Nogueira e Lais Andrade.

Carnaval 2026

Enredo encanto dos Ibejis, Doum, Cosme e Damião, com seus doces, cores, risos e mistérios, com desenvovimento do carnavalesco estreante, Romulo Souza.

A S.E.S. Imperador do Ipiranga, escola de samba forjada no chão sagrado da tradição e da luta, ergue seu pavilhão em honra à ancestralidade, à fé e à resistência cultural do povo brasileiro. Ao escolher os Ibejis como tema central do seu enredo, a Imperador não homenageia apenas santos católicos ou encantados da Umbanda — ela celebra um elo espiritual que une África e Brasil, terreiro e altar, infância e sabedoria, doçura e força ancestral.
A história dessa entidade, entrelaçada com a tradição iorubá, associado a presença de Cosme, Damião e Doum no catolicismo, é símbolo vivo do sincretismo religioso, estratégia de sobrevivência espiritual e afirmação de identidade de um povo que resistiu com fé à opressão e à escravidão. Através das figuras infantis, aparentemente ingênuas, esconde-se uma força divina que cura, equilibra e protege. Representar os Ibejis e os santos gêmeos é representar também o direito à liberdade de culto, à expressão cultural afro-brasileira e à preservação da infância como semente do futuro.
Para a Imperador do Ipiranga, uma escola de samba comprometida com a memória, a verdade e a ancestralidade, este enredo é mais que uma homenagem — é um ato de reverência aos fundamentos da Umbanda e das religiões de matriz africana, e também um chamado à tolerância e ao respeito entre diferentes formas de fé.
Ao levar para a avenida o encanto dos Ibejis, Doum, Cosme e Damião, com seus doces, suas cores, seus risos e seus mistérios, a Imperador reencanta o olhar do público e reafirma seu papel como voz de um povo que canta e samba para não esquecer de onde veio — e para onde vai.
Porque no Ipiranga também ecoa o grito de liberdade espiritual, e ele vem em tom de criança, com cheiro de pipoca, cor de bala e luz de orixá.