Império de Casa Verde anuncia nova presidência: Fábio Leite assume o comando da agremiação
A Império de Casa Verde, anunciou oficialmente mudanças em sua diretoria executiva. O atual vice-presidente Fábio Leite, conhecido no meio do samba como Fabinho LS, foi nomeado o novo presidente da agremiação. Ele assume o comando do “Tigre Guerreiro” em substituição à gestão anterior, consolidando uma trajetória marcada por dedicação, experiência e compromisso com a escola.
Para ocupar a vice-presidência, o Império confirmou o nome de Leandro de Jesus, integrante com longa e reconhecida história dentro da entidade. A mudança marca uma nova fase administrativa, com foco na continuidade do trabalho realizado e na manutenção do alto padrão artístico e organizacional que caracteriza a escola.
Fabinho LS iniciou sua trajetória na Casa Verde em 2005, atuando como cavaquinista e compositor. Em sua passagem pelo departamento de samba-enredo, conquistou destaque ao vencer as disputas internas de 2010 e 2016, ano em que a escola conquistou o seu último título no Grupo Especial de São Paulo.
Com uma relação sólida com a comunidade e os segmentos internos, Fabinho passou a integrar a direção da ala musical em 2013, função que exerceu até 2019, quando foi convidado para a vice-presidência. Desde então, teve papel ativo nos bastidores e nas decisões estratégicas da escola, contribuindo diretamente para o fortalecimento institucional do Império.
Já o novo vice-presidente, Leandro de Jesus, é membro ativo da agremiação desde 2004, tendo atuado em diferentes setores e departamentos ao longo dos anos. Sua vivência e envolvimento com a rotina administrativa e artística da escola reforçam a proposta de uma gestão participativa e integrada.
Carnaval 2026
Enredo “Império dos Balangandãs: Joias Negras Afro-Brasileiras”. Sob a assinatura do carnavalesco Leandro Barboza

Giram os mundos, rodas se abrem,
da escuridão nasce os primeiros clarões,o grande sopro cósmico anuncia a fênix que faz tudo nascer em fogo, para renascer em ouro.
Giram os mundos, o sopro ancestral explode em ouro cósmico, que aporta em São Salvador.
SALVADOR me chamou. Século XVIII, 1760, Salvador. Salvador me chamou. Eu sou Dona Fulô, a escrava que comprou a liberdade.
Nos idos de 1760, eu e muitas mulheres éramos escravas de ganho. Ganhar era comercializar com tabuleiros de quitutes, peixes, tecidos e turbantes a mando dos senhores brancos. Quando atingíamos o lucro de mando, o valor que passava, ficava em nossos bolsos, ou melhor, em nossos corpos negros.
A gente subvertia a ordem e adornava de ouro nossos corpos negros.
Nos ventos de clandestinidade, procurávamos ourives de axé que, escondidos, faziam joias para nós, mulheres negras que sonhavam em guardar o ganho em joias de adornos. Assim, as joias eram como roupa e o nosso corpo, era como um cofre ancestral que exalava poder e um sonho de liberdade.
Os ourives moldavam nossos corpos com ouro em anéis de talha dourada, figas, pulseiras de placas, argolas que se pareciam com pitangas, braceletes de ouro e outros artefatos mais.
Assim andávamos por Salvador. Negras. Negras douradas.
Nossas joias também eram como amuleto espiritual. Nós pedíamos dos ourives negros, colares de ouro em formato de fio de contas, balangandãs que atraiam sorte, saúde e força. Juntos, são penduricalhos de axé que traziam símbolos como alimentos, correntes, sol, lua, espadas, machados e outros elementos da nossa ancestralidade.
Nossas joias também eram adornadas como acarajés de ouro, bolinhos de fogo que pulsavam como nossa joia-amuleto de corpo, alma e espírito.
Um delírio de emoções explodia na Salvador que eu e muitas outras negras, em busca da liberdade, chamávamos de Salvador do Império das nossas joias negras, as joias das crioulas que queriam viver.
Carnavalesco: Leandro Barboza | Enredista: Tiago Freitas





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