Mancha Verde celebra 30 anos com homenagem e transição no posto de mestre-sala
A Mancha Verde comemorou, no último sábado (18), seus 30 anos de fundação com uma noite marcada por emoção e simbolismo em sua quadra, na Barra Funda, em São Paulo. Durante o evento, a escola prestou uma homenagem especial a Marcelo Silva, mestre-sala que, desde 2014, foi o guardião do pavilhão principal da agremiação.
Em meio a aplausos e forte emoção, Marcelo se despediu oficialmente da função, encerrando um ciclo importante de sua trajetória no Carnaval paulistano. O sambista, que teve passagens por outras escolas e construiu uma carreira reconhecida pela técnica e elegância, recebeu homenagens de integrantes e amigos que acompanharam sua caminhada na verde e branca.
A despedida foi marcada também pela exibição de pavilhões que fizeram parte de sua história, representando as escolas por onde dançou antes de consolidar sua trajetória na Mancha Verde.
Na mesma noite, a diretoria anunciou o nome de Thiago Bispo como o novo mestre-sala oficial, que passa a formar dupla com a experiente porta-bandeira Adriana Gomes, símbolo de garra e talento da escola. Em comunicado oficial, a agremiação ressaltou o significado do momento:
“A transição entre os dois mestres, Marcelo e Thiago, é mais do que um simples ato de sucessão; é a perpetuação de um legado. O futuro está em boas mãos.”
Sob o comando do presidente Paulo Serdan, a Mancha Verde reforçou que o evento não foi apenas uma celebração de aniversário, mas também um reconhecimento da importância de quem ajudou a construir a história da escola — dentro e fora da avenida.
A homenagem a Marcelo Silva simboliza o respeito à tradição e à arte do casal de mestre-sala e porta-bandeira, pilares do desfile de uma escola de samba. Ao mesmo tempo, a chegada de Thiago Bispo marca o início de um novo ciclo, em que a escola reafirma seu compromisso com a excelência e a continuidade do trabalho que a levou ao topo do Carnaval paulistano.
Carnaval 2026
Enredo: Pelas mãos do mensageiro do axé, a lição de Odu Obará: A Humildade. Autores do Enredo: Rodrigo Meiners e Thiago Meiners
Em 2012, a Mancha Verde desfilou conduzida pelas mãos do mensageiro do axé. Trouxemos ao mundo uma mensagem poderosa: a humildade. Transformamos a avenida num terreiro, onde nossos tambores clamavam por um mundo melhor. Mas passaram-se os anos, e as lições não perderam seu valor. A intolerância se veste de discurso, a natureza segue sendo explorada, e a desigualdade continua sendo normalizada. A mensagem que ecoou no Anhembi em 2012 permanece atual, urgente e, sobretudo, ignorada.
No carnaval de 2026, voltamos ao passado para iluminar o presente. Revisitamos a mensagem não como uma repetição, mas como um clamor. A Mancha Verde volta à avenida como mensageira do tempo — e o tempo, esse senhor sábio, revela: o que não foi aprendido, será cobrado. Nosso samba terá feitio de esperança e trará novamente a lição de Odu-Obará – a prosperidade provém da humildade.
Avante família Mancha Verde!
A humildade sempre será a voz da razão.
Autores do Enredo: Rodrigo Meiners e Thiago Meiners
Autor do Enredo no Carnaval 2012: Thiago de Xangô