No dia de seu aniversario a Mocidade Unida da Mooca – MUM, divulga em sua redes sociais, carta emocionante ao seu fundador sr. Roberto Falanga
Oi, Seu Roberto! Sou eu, a MuM. Uma de suas criações.
Como estão as coisas aí no céu? Sei que está olhando por nós, enquanto aqui eu sigo com muita saudade de você. Mas como tenho certeza que a nossa relação não acabou com a sua ida para outro plano, eu quis, no meu aniversário, te escrever.
Te escrevo para falar do que eu estou sentindo ao completar 34 anos. Lembra quando tudo começou, lá no bloco Solta a Franga? Quanta coisa aconteceu de lá pra cá, né?!
Aquela diversão de amigos, um misto de futebol e Carnaval cresceu. passou por muitas coisas. Momentos muito felizes, outros nem tanto, mas foram grandes carnavais, tempos de muita diversão. Eu cresci, amadureci, sempre tendo você ao meu lado, me conduzindo, me ensinando o caminho. E eu caminhei para me juntar a outras grandes co-irmãs. Você sabe o quanto foi difícil, mas chegamos. Juntos.
Tanta gente boa nasceu, cresceu aqui na nossa casa, tantos bambas me ajudaram nessa caminhada, tantos outros chegaram para somar. São tantos que é impossível falar eu, e sim, nós. “A Mooca é raíz, é comunidade”, e é uma grande família que ainda me chama carinhosamente de “Moquinha”.
E hoje, meu saudoso criador, vivemos um grande momento. Com a proteção de Xangô e “sob a luz de Olurum”, temos hoje o “acesso” a mais pessoas nos assistindo, me vendo contar lindas histórias. Nos últimos anos, falei sobre meu símbolo maior, o manto que nos representa, fui a voz da negritude e clamei por Justiça. Ainda tenho uma linda história guardada, sobre Aruanda, e quem sabe ela não represente um momento ainda mais “especial”? Você não vai estar fisicamente comigo, mas sei que estará em cada passo que eu der, pois assim como o orixá-Rei, “tu és o protetor do meu caminho”.
E é por isso que eu queria te agradecer e dizer, nesse dia que eu completo 34 anos, num ano difícil, que não fui para avenida e nem terei você para me acompanhar, que está tudo bem. A “saudade se traduz em poesia”, mas eu seguirei firme, mantendo vivo seu legado, porque “quem faz por amor, não cansa”. “Eu sou a força de quem nunca desistiu” porque assim você me ensinou a lutar, com tradição, garra e valentia.
Obrigado por tudo, sr. Roberto Falanga. Eu não poderia começar o dia do meu aniversário sem lembrar de você!
Um grande abraço!
Da sua “Moquinha”.
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