A Sociedade Rosas de Ouro foi a última escola do Grupo Especial a desfilar no Sambódromo do Anhembi fechando os desfiles do grupo especial.
Com o enredo ““Tempos Modernos” a Agremiação trouxe varias experiências digitais iterativas para o Anhembi, público, componentes, puderam acompanhar as novidade da parceria que a agremiação fez com a Poli – USP, o Centro Universitário FEI e o Instituo Mauá de Tecnologia e outros parceiros da era tecnológica.
“Tem que ter coragem para falar de tecnologia em um enredo de escola de samba”, destacou Angelina Basílio, presidente da Rosas de Ouro. “Foi um grande desafio, mas trouxemos a tecnologia para dentro da escola. Estou feliz com o resultado, assim que terminou o desfile .
A nova Rainha Ana Beatriz Godói deu um show de simpatia durante o desfile.
A Agremiação ficou com a 7ª colocação com 269,5 pontos
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Carnaval 2021
A Rosas de Ouro sera a 6ª escola a desfilar no Sabado
Enredo: “Sanitatem”, que significa ‘cura’ em latim
Sinopse:
SANITATEM
– Uma pequena conversa com Deus.
“Se eu quiser falar com Deus…
[…] tenho que ter mãos vazias
ter a alma e o corpo nus…”
Olá, meu Deus! Como está?
Estranhando eu falar contigo agora, né?
Mas não estranhe, pois esta nossa conversa não é para fazer um pedido; vim aqui somente para te agradecer. Sei que a sua bênção e sua proteção eu sempre terei.
A minha voz é uma entre milhares, mas sei que você me ouve.
Sabe, meu Deus, passamos por momentos difíceis, os dias não foram fáceis, porém sei que já enfrentamos coisas parecidas algumas vezes e sempre conseguimos encontrar um caminho, uma solução.
Alguns dizem que é obra de Deus; outros dizem que é a ciência, e os mais sábios dizem que é tudo isso junto, porque a cura de nossos males está nas mãos, nas mentes, na alma e na fé.
Mas sabe como é… No sofrimento, somente a cura do mal interessa.
“Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal…”
Às vezes, eu gostaria de ser como você: um Deus! E sair por aí ajudando e curando os males das pessoas. Pois, enquanto estamos curando o outro, ao mesmo tempo estamos nos curando. Pois eu creio que somos um, mas juntos somos um todo e esse todo é que faz a diferença, que faz a energia vibrar mais forte. Afinal, o homem foi destinado à alegria e assim merece ser.
Eu queria me sentir um deus, um ser mitológico, um salvador, um orixá…, cercado de mistérios, segredos, carregando meus búzios e cabaças, levando comigo fé, milagre, perdão e cura.
“Wá To To A Jú Gbé Rò”.
“E o amor é a própria cura
Remédio pra qualquer mal
Cura o amado e quem ama
O diferente e o igual…”
Desde os tempos pré-históricos, o homem se preocupava em derrotar as doenças e enfrentar a morte. Este talvez seja o maior desafio da humanidade desde então. E esse desafio, seja ele corporal, espiritual, seja sobrenatural, vai encontrando semelhanças entre várias civilizações. Para vencer esse desafio foram estabelecidos ritos, cerimônias e práticas religiosas, nas quais a participação do indivíduo o libertava dos males.
Por meio de rituais extraordinários, o homem sempre procurou se tornar o mediador entre os deuses, a natureza e a si mesmo. Em alguns momentos, tornando-se a própria divindade.
Eu queria viajar no tempo, ser sacerdote, xamã, monge ou espírito-guardião. Percorrer templos e santuários. Assistir a cerimônias, sacrifícios, banhar-me em rios sagrados, brincar com o fogo, beber águas purificadas…
Queria dançar e cantar ao som de tambores e maracas, invocando o sobrenatural e, através de oferendas, viajar a outros mundos, buscar a liberdade… Ganhar a eternidade!
“… E toda raça então experimentará
Para todo mal a cura.”
Eu queria me libertar de mim, poder me transformar em outros; ser uma entidade, bruxo, mago, pajé, feiticeiro. Enfrentar e exorcizar demônios. Encantar e dominar seres mitológicos. Levitar. Entrar em êxtase! Afastar o mal. Caminhar com a ciência, a magia, a feitiçaria, a religião e a natureza.
Abrir as florestas, desvendar seus encantos e descobrir seu “ÀŞẸ”. Cercar-me e proteger com fetiches, amuletos, patuás e encantamentos. Queria unir o real e a fantasia; o mágico e o bárbaro e materializar o invisível.
“Acima de todas as crenças, ela representa uma proteção
A fé que move montanhas independe de credo ou religião
O equilíbrio existe entre o bem e o mal…”
“O homem precisa da fé até para crer na razão.”
A fé está muito além dos verbos crer, confiar ou acreditar. Ela independe de religião. Ela é a certeza da verdade; é o inexplicável.
E com fé eu queria orar, tocar, benzer, abençoar e curar. A fé nos permite isso.
A fé permite até que falsos profetas vendam a cura, ofereçam “rituais mágicos” em troca de dinheiro. A falsa fé enriquece.
A fé “opera” milagres.
Caridade, amor e doação: a fé nos leva ao bem.
Com as mãos eu posso curar, independentemente de ser um rei, um plebeu ou um padre. É a Imposição das Mãos. É o Toque Régio.
Com as mãos eu posso benzer, “tornar santo”. É como uma prece poderosa, de força e caridade, pela fé!
Mãos unidas em oração, mãos que se fecham em torno de velas. As mãos seguem um ritual de fé que se transforma em um ritual de cura. E seguem procissões, romarias, teatro, música e dança. É a luta do bem contra o mal, e com fé o bem sempre triunfa.
Mas a fé também santifica. Ela traz o silêncio, a oração, a paciência e a união, pois “ninguém se salva sozinho”.
“[…] São Rafael, saúde dos doentes, rogai por nós…
[…] São Rafael, cujo nome significa cura, rogai por nós…
[…] São Rafael, repleto da graça da cura, rogai por nós…
[…] Amém…”
Desde o início, ciência e magia caminharam junto. Misticismo, segredo, religião, astrologia e ciência em um único objetivo: a cura!
Pela religião, veremos os orixás e pajés em rituais de folhas; a alquimia, em busca da imortalidade; a medicina, buscando solução para pestes e epidemias; os cientistas, em rituais solitários nos laboratórios em busca de vacinas e remédios. São outros tempos, outros “sacerdotes”, outros rituais. Inclusive rituais de alegria para espantar a tristeza e desesperança de quem está em um hospital.
Até que ponto se separa ciência e crença?
Diversas descobertas científicas mudaram a história da humanidade e vêm salvando muitas vidas.
O ritual da ciência usa outros métodos, entretanto a essência é a mesma: a fé.
A fé em Deus, a fé no homem e a fé em si.
Tudo é fé!
Afinal, a receita para a cura é… A cura!
“Pra que nossa esperança…
[…] seja mais que um caminho
que se deixa de herança.”
Sabe, meu Deus, lá no início quando eu disse que queria ser como você é porque eu também queria ser onipresente, estar pertinho abraçando cada cientista, cada médico e cada enfermeiro que lutam bravamente para curar o próximo.
Curar é um ato de amor! É esperança!
E que cada abraço tenha um desejo de: não desista!
Pois nós, sambistas, não desistiremos, afinal o carnaval é um ritual que cura os males… Os males da alma!
E agora, eu posso ver minha Roseira novamente em flor, desabrochando, feliz!
E como forma de agradecimento, deixo para você, meu Deus, uma Rosa.
Porque “Rosas” é a mais linda flor.
Venha conhecer!
Amém!
Paulo Menezes
em nome de toda a Nação Azul e Rosa.
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