Associação Cultural e Social Escola de Samba Mocidade Camisa Verde e Branco foi a 7ª escola a desfilar no Anhembi na noite de domingo (23) pelo grupo de acesso 1.
A agremiação levou para o Anhembi o enredo “Ajayô: Carlinhos Brown, candomblé, tambores e batuques ancestrais” em homenagem aos 40 anos de carreira do cantor e percussionista Carlinhos Brown.
a Camisa Verde e branco ficou com a 5ª colocação com 269,3 pontos
Carnaval 2021
Camisa Verde e Branco será a 2ª desfilar no Anhembi na noite de domingo
Enredo: “Na fé do trevo, eu te benzo! Na fé do trevo, te curo. Rezadeiras”
Salve a força dos encantados
Rezadeiras, benzedeiras, curandeiras, remedeiras, costureiras de machucaduras….
No saber popular é a “prática do ofício tradicional da cura”.
Tantas são as denominações, dessas tradições.
E quem já entrou num Congá e levou uma baforada do cachimbo de uma preta velha, ou foi rezado (a), benzida (o) por uma senhora rezadeira?
A Camisa Verde Branco em seu orar, através do cantar neste carnaval, levará para a avenida uma homenagem ao universo feminino através das rezas, pela fé das mulheres rezadeiras, que benzem e que curam, num momento em que o mundo precisa se curar de todos os males individuais, na busca pela fé, em uma corrente coletiva e humanizadora de luzes.
Luz essa que vai enaltecer as práticas do saber ancestral, do ofício de curar através do “trevo”, maior simbologia desta comunidade, o qual é o reacender das forças místicas que transcendem a sorte, é o fio condutor e a ferramenta sagrada para o nosso ato de benzer, pois ele contém a fé para a proteção e reafirma os caminhos da sorte, para alçarmos novamente os patamares das vitórias de outrora.
Neste terreiro de bambas a Camisa Verde e Branco, nos faz um convite para celebrarmos juntamente com sua madrinha verde e rosa e suas afilhadas, suas origens, relembrando a ritualística de seu batismo, para benzer da sua fé e com isso reafirmar a força desse coletivo de mulheres divinas, com suas mulheres sagradas neste quilombo do renascer das esperanças, através das práticas do benzer, curar pela reza e pela fé, pois o samba com o trevo, em tempos de cura é o nosso amuleto sagrado e de proteção.
Convidamos todos vocês a participarem do compartilhar destas narrativas no samba, dessas práticas curativas, desde as encantarias caboclas da Amazônia, passando pelas matrizes que constituíram as nossa tradições brasileiras e se reencontram nesta costura, em um movimento potencial transformador das crenças populares e dos valores espirituais, relembrando seu nascimento de batismo (um ato de rezar e de benzer), com toda a comunidade sambista.
Salve o trevo, salve o samba em oração, salve a Barra Funda!
Introdução para uma poética
“Lá no Norte, em Belém do Pará quando criança, minha avó sempre
mandava chamar dona Noca para benzer sua erisipela, ela era a única
rezadeira da cidade em que morava…. Com terço no pescoço, lá vinha ela
com sua sacola, dela retirava uma vela e uma faca, dona Noca benzia a
erisipela da vovó com uma faca, rezava e fazia o sinal da cruz sobre a
perna, como se estivesse cortando aquele mal… “(Leno Vidal).
“Nasci na Penha, e no início dos anos 90 ainda existia um formato nostálgico
de bairro com clima de cidade do interior, conhecíamos todos os vizinhos. Dona Rosa
era a senhora benzedeira que morava ao lado do colégio, e a impressão que
eu tinha era que ela curava qualquer coisa. Uma das lembranças mais antigas que
eu tenho da minha infância é de um banquinho branco onde ela nos colocava
sentado, e ela atrás de mim sussurrava sua reza com um maço de planta e um terço,
meu olhar assustado para minha mãe era facilmente abrandado pelo sussurro da
Reza de Dona Rosa.” (Renan Ribeiro).
Essas são as nossas primeiras lembranças de uma rezadeira… Acreditamos que todos nós tenhamos em nossas memórias afetivas, lembranças, vivas, dessas mulheres rezadeiras… Qual a sua?
Por Leno Vidal e Renan Ribeiro
Rezadeiras, benzedeiras, curandeiras, remedeiras, costureiras de machucaduras…. No saber popular é a “prática do ofício tradicional da cura”. Tantas são as denominações, dessas tradições. E quem já entrou num Congá e levou uma baforada do cachimbo de uma preta velha, ou foi rezado (a), benzida (o) por uma senhora rezadeira?
A Camisa Verde Branco em seu orar, através do cantar neste carnaval, levará para a avenida uma homenagem ao universo feminino através das rezas, pela fé das mulheres rezadeiras, que benzem e que curam, num momento em que o mundo precisa se curar de todos os males individuais, na busca pela fé, em uma corrente coletiva e humanizadora de luzes.
Luz essa que vai enaltecer as práticas do saber ancestral, do ofício de curar através do “trevo”, maior simbologia desta comunidade, o qual é o reacender das forças místicas que transcendem a sorte, é o fio condutor e a ferramenta sagrada para o nosso ato de benzer, pois ele contém a fé para a proteção e reafirma os caminhos da sorte, para alçarmos novamente os patamares das vitórias de outrora.
Neste terreiro de bambas a Camisa Verde e Branco, nos faz um convite para celebrarmos juntamente com sua madrinha verde e rosa e suas afilhadas, suas origens, relembrando a ritualística de seu batismo, para benzer da sua fé e com isso reafirmar a força desse coletivo de mulheres divinas, com suas mulheres sagradas neste quilombo do renascer das esperanças, através das práticas do benzer, curar pela reza e pela fé, pois o samba com o trevo, em tempos de cura é o nosso amuleto sagrado e de proteção.
Convidamos todos vocês a participarem do compartilhar destas narrativas no samba, dessas práticas curativas, desde as encantarias caboclas da Amazônia, passando pelas matrizes que constituíram as nossa tradições brasileiras e se reencontram nesta costura, em um movimento potencial transformador das crenças populares e dos valores espirituais, relembrando seu nascimento de batismo (um ato de rezar e de benzer), com toda a comunidade sambista.
Salve o trevo, salve o samba em oração, salve a Barra Funda!
SINOPSE DA POÉTICA BENZEDEIRA
MENSAGEM DOS CARNAVALESCOS AOS COMPOSITORES
nosso hino para o futuro carnaval.
“Ela é Rainha e sempre será…
Nas matas virgens, onde canta o sabiá
Jurema, ô Jurema
Cabocla de pena
Filha de tupinambá
Ê Juremê, Jurema…”
(Domínio Público)
Uma pequena homenagem a minha madrinha Cabocla Jurema e para a nossa proteção.
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